TPC para o governo
2019/01/04 – Os próximos anos podem ser passados a discutir cada um dos pormenores da toxicidade do glifosato. A ciência provavelmente vai demorar décadas até ter resposta para cada pergunta relevante sobre este herbicida. Mas quer isso dizer que o país se deve limitar a esperar sentado? Nada disso. Há várias medidas de bom senso que podem e devem ser tomadas desde já, numa lógica de precaução e estímulo à inovação, e que muito farão para proteger a saúde e o ambiente. No caso da exposição ao glifosato através da água (que é uma das principais vias de contaminação) o Ministério da Agricultura tem a obrigação de:
– tornar obrigatórias as análises ao glifosato (e ao AMPA, o seu metabolito principal) na água de consumo;
– ditar que essas análises sejam realizadas pelo menos trimestralmente para cada ponto de captação (de águas superficiais ou subterrâneas), tanto na água bruta como na água tratada, por concelho;
– definir anualmente o método validado a empregar nas análises e outros critérios que garantam a comparabilidade e relevância dos valores obtidos em todo o país;
– divulgar quais os laboratórios acreditados para realizar essas análises;
– compilar e divulgar trimestralmente na sua página da Internet os resultados do país todo.
Nenhuma destas medidas interfere com a atividade agrícola mas todas elas, no seu conjunto, permitem estabelecer com clareza e rigor qual a situação a nível nacional. Também não são medidas que pesem no erário público – é mesmo só uma questão de vontade. Terá o Ministério pouca ou nenhuma vontade?
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