Com Soberania Alimentar, Sem Transgénicos
No País Basco, grande encontro ibérico de resistência aos transgénicos!
A Declaração Final do encontro já está disponível! Clique aqui para descarregar este documento de síntese.
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Nos dias 15 e 16 de Março de 2008 vai ter lugar um encontro ibérico para articular lutas e estratégias nas campanhas a favor da agricultura e da alimentação livre de transgénicos. O encontro está concretamente pensado para juntar os movimentos sociais contrários à engenharia genética na Península Ibérica e também organizações da area alimentar (agricultores/as, comunidades indígenas, grupos de agricultura urbana, etc) a nível mundial. Neste sentido o encontro é uma iniciativa conjunta promovida inicialmente pelo sindicato agrário EHNE com a participação da Via Campesina, Greenpeace, GRAIN, Amigos da Terra, Ecologistas en Acción, Red de Semillas Resembrando & Intercambiando, Entrepueblos, COAG e a Plataforma Transgénicos Fora. O encontro será no País Basco.
A iniciativa tem lugar num momento chave da luta a favor da soberania alimentar e contra os Organismos Modificados Geneticamente na agricultura e na alimentação:
• A oposição cidadã aos alimentos transgénicos tem-se mantido firme nos últimos anos apesar da grande pressão feita pelas empresas de engenharia genética e das atitudes e ações pró-transgénicos de muitos governos em todo o mundo. Um grupo crescente de especialistas dá razão a esta rejeição social.
• Na União Europeia existe um cepticismo crescente entre governos nacionais e regionais a respeito da postura essencialmente pró-transgénica da Comissão Europeia e da Autoridade Europeia de Segurança Alimentar, estando em vigor várias moratórias e proibições de OGM. O próprio Comissário de Ambiente já admite a possibilidade de rejeitar novas variedades de milho. Estamos às portas de uma Europa livre de OGM, um objetivo que beneficiaria enormemente a luta por um mundo inteiro livre de todos os OGM.
• No contexto europeu, a Península Ibérica continua sendo onde existe a maior superfície semeada de variedades GM. Aqui as estratégias adotadas pelos movimentos locais vão ser cada vez mais importantes na luta contra os transgénicos.
Este encontro vai organizar-se em torno dos seguintes princípios básicos:
1. A necessidade de garantir a agricultura e alimentação livres de transgénicos, tanto a biológica como a convencional/tradicional.
2. Tolerância zero à contaminação por OGM em todas as atividades e todos os produtos agrícolas e alimentares.
3. A impossibilidade da coexistência entre sistemas de produção GM e não GM.
4. O direito à soberania alimentar e ao uso e conservação da biodiversidade por parte dos agricultores, ambos incompatíveis com a agricultura e alimentação GM.
O objetivo básico do encontro é analisar e articular estratégias comuns tanto para promover os objetivos das organizações que participam como para garantir os quatro princípios básicos detalhados acima. Queremos compartilhar informação e marcar uma forte posição a favor da agricultura livre de OGM por parte dos movimentos sociais da Península Ibérica!
Serão abordados os seguintes temas:
1. Como manter, promover e/ou recuperar sistemas agrícolas e alimentação livres de OGM.
- a. As implicações dos cultivos transgénicos (e dos contaminados) no mercado.
- b. As implicações nas rações para gado: rações livres de OGM no abastecimento local (soja e milho não-transgénicos são apenas o primeiro passo).
- c. A importância das sementes de variedades tradicionais como ponto de partida para uma agricultura livre de transgénicos.
- d. A importância do consumo responsável: mercados locais, hábitos de consumo, alimentos livres de OGM.
- e. As Zonas Livres de OGM.
- f. O papel da OMC e, na UE, da reforma da PAC, para a agricultura livre de OGM.
- g. A influência da legislação vigente na agricultura e alimentação livres de OGM.
- b. As implicações nas rações para gado: rações livres de OGM no abastecimento local (soja e milho não-transgénicos são apenas o primeiro passo).
2. O papel especial das mulheres em manter a agricultura e a alimentação livres de OGM.
3. Outras questões que ameaçam o movimento livre de OGM: mutagénese, nanotecnologia, biologia sintética, sementes terminator, patentes, alterações climáticas, agrocombustíveis…
É de realçar que o objetivo principal é identificar e articular estratégias de luta. Os trabalhos serão organizados em sessões plenárias e grupos de trabalho (oficinas).
Em breve estará disponível mais informação sobre os trabalhos e oficinas, para além de dados para inscrição, transporte, alojamento, etc. Está ainda também em aberto a proposta de uma jornada prévia sobre sementes tradicionais.
Para se manter em contacto e receber toda a informação actualizada envie um email para info@stopogm.net a indicar o seu interesse neste encontro!
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