Biodiversidade e impacto do pólen de milho transgénico nas borboletas selvagens
2016/02/14 – Um estudo publicado recentemente, desenvolvido na Suíça, chama a atenção para o impacto negativo do pólen de milho transgénico nas borboletas selvagens e recomenda medidas especiais de proteção de zonas sensíveis. O que é que isso significa para Portugal? Sobrepondo um mapa de sítios de interesse comunitário (que são relevantes em termos de biodiversidade) a um mapa com os cultivos de milho transgénico em Portugal (retirado do jornal Público) dá para ver (embora de uma forma pouco precisa), que há várias zonas onde os OGM (provavelmente) estão a afetar negativamente a diodiversidade. Abaixo está o mapa resultante, que tem a cor de laranja os sítios sensíveis e a violeta as zonas com OGM (o violeta mais escuro indica maior área cultivada).
Este trabalho científico validou igualmente a necessidade de faixas de segurança em torno dos terrenos com milho transgénico com um mínimo de 50 a 100 metros largura e que, nalguns casos, deverão chegar até aos 800 metros. O pólen transgénicos foi facilmente detetado em plantas (importantes para a alimentação das borboletas nos seus primeiros estádios de desenvolvimento) localizadas a 500 metros dos campos de milho!
Note-se que a legislação nacional prevê três tipos alternativos de separação entre um terreno com OGM e o espaço circundante: o 1º é a criação de uma faixa com 200 metros, o 2º é uma faixa com milho não GM de cerca de 20 metros e o 3º não exige qualquer distância (foca-se apenas nos tipos de milho em cultivo). Estas regras claramente não levam em consideração as necessidades da biodiversidade e têm de ser revistas.
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